terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Seu Jorge - Carolina

Carolina by Seu Jorge on Grooveshark

Carolina é uma menina bem difícil de esquecer
Andar bonito e um brilho no olhar
Tem um jeito adolescente que me faz enlouquecer
E um molejo que não vou te enganar
Maravilha feminina, meu docinho de pavê
Inteligente ela é muito sensual
Eu te confesso que estou apaixonado por você

O Carolina isso é muito natural
Carolina eu preciso de você
Carolina não vou suportar não te ver
Carolina eu preciso te falar
Carolina eu vou amar você

De segunda a segunda eu fico louco pra te ver
Quando eu te ligo você quase nunca está
Isso era outra coisa que eu queria te dizer
não temos tempo então melhor deixar pra lá
a princípio no Domingo o que você quer fazer
faça um pedido que eu irei realizar
olha aí amigo eu digo que ela só me dá prazer
Essa mina Carolina é de abalar

Ô Carolina eu preciso de você
Ô Carolina não vou suportar não te ver
Ô Carolina eu preciso te falar
Ô Carolina eu vou amar você
Carolina, Carolina

Carolina, preciso te encontrar
Carolina, me sinto muito só
Carolina, preciso te dizer
Ô Carolina eu só quero amar você
Carol, Carol, Carol...

Maravilha de mulher!

Tambores e cheiros

Barulho de chuva
Grama molhada
Rufar de tambores
Lá vem meu amor


Cheiro de paz
Toque de água
Balanço da rede
Lá vem meu amor


É tanta paz
É tanta chuva
São tantos grilos
Lá vem meu amor


Loira
Simples
Descalça
Lá vem meu amor

sábado, 28 de dezembro de 2013

Johnny Cash - The Man Comes Around

The Man Comes Around by Johnny Cash on Grooveshark

And I heard, as it were, the noise of thunder
One of the four beasts saying: "Come and see. "
And I saw
And behold, a white horse

There's a man going around taking names
And he decides who to free and who to blame
Everybody won't be treated all the same
There'll be a golden ladder reaching down
When the Man comes around

The hairs on your arm will stand up
At the terror in each sip and in each sup
Will you partake of that last offered cup?
Or disappear into the potter's ground
When the Man comes around

Hear the trumpets, hear the pipers
One hundred million angels singing
Multitudes are marching to the big kettledrum
Voices calling, voices crying
Some are born and some are dying
It's Alpha and Omega's kingdom come

And the whirlwind is in the thorn tree
The virgins are all trimming their wicks
The whirlwind is in the thorn tree
It's hard for thee to kick against the pricks

Till Armageddon no shalam, no shalom
Then the father hen will call his chickens home
The wise man will bow down before the thrown
And at His feet they'll cast their golden crowns
When the Man comes around

Whoever is unjust let him be unjust still
Whoever is righteous let him be righteous still
Whoever is filthy let him be filthy still
Listen to the words long written down
When the Man comes around

Hear the trumpets, hear the pipers
One hundred million angels singing
Multitudes are marching to the big kettledrum
Voices calling and voices crying
Some are born and some are dying
It's Alpha and Omega's kingdom come

And the whirlwind is in the thorn tree
The virgins are all trimming their wicks
The whirlwind is in the thorn tree
It's hard for thee to kick against the pricks
In measured hundred weight and penny pound
When the Man comes around

And I heard a voice in the midst of the four beasts
And I looked and behold: a pale horse
And his name, that sat on him, was Death

And Hell followed with him

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Bob Dylan - The Times They Are A-Changing

The Times They Are A-Changin' by Bob Dylan on Grooveshark

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin(g)'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'.

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last

For the times they are a-changin'.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Calor

Ouça o sussurro
Do vento
Ouça o rugido
Do mar
Sinta o arranhar
Da areia

Olhe as pegadas
Dos seus pés
Olhe pra trás
E me veja
Olhe pra frente
E nos veja

Somos turistas
Passageiros
Nessa ilha
Nessa praia
Nesse momento
E no próximo, também

Quer ser minha pra sempre?

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

David Bowie - Space Oddity

Space Oddity by David Bowie on Grooveshark

Ground control to Major Tom
Ground control to Major Tom
Take your protein pills and put your helmet on

Ground control to Major Tom
(10, 9, 8, 7)
Commencing countdown, engines on
(6, 5, 4, 3)
Check ignition, and may God's love be with you
(2, 1, liftoff)

This is ground control to Major Tom,
You've really made the grade
And the papers want to know whose shirts you wear
Now it's time to leave the capsule if you dare

This is Major Tom to ground control
I'm stepping through the door
And I'm floating in the most peculiar way
And the stars look very different today

For here am I sitting in a tin can
Far above the world
Planet Earth is blue, and there's nothing I can do

Though I'm past 100,000 miles
I'm feeling very still
And I think my spaceship knows which way to go
Tell my wife I love her very much, she knows

Ground control to Major Tom,
Your circuit's dead, there's something wrong
Can you hear me Major Tom?
Can you hear me Major Tom?
Can you hear me Major Tom?
Can you...

Here am I floating round my tin can
Far above the moon

Planet Earth is blue, and there's nothing I can do....

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Duas Cordas

Era só um nó
Não tão apertado
Mas preciso de aperto
Porque te quero por perto

Era só um nome
Não tão lembrado
E queria grita-lo
Para nunca esquece-lo

Era só um dia
Não tão longo
E devia ter passado
Mais que minutos alongados

Te tive um dia
Saboreei seu nome
Atei o nó

Em segundos
Perdi seu nome
Só duas cordas

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

The Beatles - Yesterday

Yesterday by The Yellow Subs on Grooveshark

Yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe
In yesterday

Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me

Oh, yesterday
Came suddenly

Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday

Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe
In yesterday

Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday

Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe

In yesterday

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Fernando Pessoa - Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Olha o que faltou

Faltou aquele sim seu
Não que você prometeu
Mas fiquei esperando
Seus lábios, sonhando

Ecoa essa voz doce
Me diz, como se fosse
Canção feita pra nós
Como se estivéssemos sós

E só entre nós dois
Se for agora, prometo
Também terá depois

Para não ficar em dilema
Há muito não escrevia
Para moça alguma, poema

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ritmo

Quando se fala em batida
A minha preferida
Não é samba, pop ou rock
Na verdade, é o toque

Seu na pele minha
Idêntica, igualzinha
Ao jeito que eu lembrava
Quando a gente passeava

Volte, volte, olhe pra trás
Seu toque à minha mente traz
O ritmo que mais gosto?
Do coração quando em ti encosto

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Memórias da Vida Ideal #7

Parecia uma noite triste, mas era dia. Era quente. Era feliz.

Parecia a sombra de um colosso, mas eram as margens de um rio, límpido, claro. Via-se peixes, via-se famílias.

Parecia a sujeira incrustada nas costas de uma velha tartaruga, cansada e idosa demais para se importar. Mas era um parque, com florestas, curvas, estradas, esquilos e bem-te-vis.

Ele sentiu o coração bater e palpitar, mais forte e bruto do que havia sentido nos últimos meses. Cabelos longos, curtos, lisos, enrolados. Beijos bons, outros nem tanto. Pescoços suados, coxas suadas, mãos suadas.

Mas nenhum deles era tão lindo, perfumado, bom ou até suado quanto os dela. Era ela. E mesmo que a vida empurrasse-o para longe dela, ela é quem fazia aquela bombinha de sangue pular como uma britadeira no meio de São Paulo. 

Como a britadeira, a bombinha pulava e se esforçava para quebrar o que houvesse no caminho. Como a britadeira, era em vão. Ninguém ouvia, e até o seu condutor colocava proteções contra seus berros. Nada mais natural, pois aquele barulho era indesejado.

A noite triste virou meio-dia. A sombra virou lar de novos peixes. A sujeira tornou-se a terra onde sementes foram semeadas. E ninguém nunca mais ouviu falar daquele coraçãozinho apaixonado.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Natiruts - Andei Só

Andei só by Natiruts on Grooveshark

Andei só pela noite
Cantei um reggae pros cachorros da rua
Andei só, pela noite
Cantei um verso daquele velho samba pra lua
Andei só, pela noite
Tudo bem a vida continua
Andei só, pela noite

Preciso demonstrar pra ela que mereço seu tempo
Pra dizer um pouco das ideias novas
Dos lugares de onde viajei
Se ela botar fé na minha história
Que é de rocha e vem do coração
Vou estender o pano mais bonito feito na ilha de
Madagascar
Um bob, um djavan, um jimmy na viola
Com humildade de quem sabe onde quer chegar
Reparei a flor no seu vestido
Só guerreiro de aura boa pode merecer
E ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi
Embora
Não vi mais a gata mas tenho minha gaita pra me
Consolar

Andei só pela noite
Cantei um reggae pros cachorros da rua,eu,
Andei só, pela noite
Cantei um verso daquele velho samba pra lua
Andei só, pela noite

Preciso demostrar pra ela que mereço seu tempo
Pra dizer um pouco das ideias novas
Dos lugares de onde viajei
Se ela botar fé na minha história
Que é louca mas não é besteira não
Vou estender o pano mais bonito feito na ilha de
Madagascar
Um bob, um djavan, um jimmy na viola
Com humildade de que sabe onde quer chegar
Reparei a flor no seu vestido
Só guerreiro de aurea boa pode merecer
E ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi
Embora
Não vi mais a gata mas tenho minha gaita pra me
Consolar

Andei só pela noite
Cantei um reggae pros cachorros da rua
Andei só, pela noite
Cantei um verso daquele velho samba pra lua
Andei só, pela noite
Tudo bem a vida continua

Andei só, pela noite

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Memórias da Vida Ideal #6

Uma agulha entre as costelas, cortando e rasgando, fibra por fibra. Ela aproveita, ela bebe o sangue enquanto ri e gargalha enquanto saboreia o doce manjar rubro. Não se ouve gotejar, pois as gotas não escorrem, ficam ali para sempre, presas.

O mundo ao redor continuou, ninguém se importa. Alguém gritou com ele, ele havia esquecido um copo,  o dinheiro, quem sabe se o queixo também. O telefone bambeou na orelha, ele bambeou no mundo. O chão desviava de seus pés, talvez o próprio solo um pouco arrebatado pela notícia.

Não era mais necessário um texto longo ou grandes floreios. Eram sentimentos antes que pensamentos. Não eram palavras, eram rugidos, talvez sussurros. Não se sabe como definir. A vida acaba e continua. Encerra para uns, o mundo não liga e tudo logo volta ao normal.

A morte é anormal? Não. É companheira e acalenta. Traz o descanso aos que merecem. No velório, quem cara de sofrimento? O morto é que não é. Viva e sofra, pois temos um lugar para descansar. E foi isso que ele aprendeu ontem.

Fique em paz, vô.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

É bom lembrar

Hoje eu queria descrever
Aquele tilintar leve
Que faz uma xícara
Em um pires

Aquele murmurar quente
Que faz o lençol
Nas suas coxas

Aquele cutucar seco
Dos seus saltos
No meu assoalho

Talvez seja bom lembrar
O café da manhã
Pois agora já é tarde
E à noite faz silêncio

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Memórias da Vida Ideal #5

Pela porta, ele entrava. O batente rangeu quando a tábua de madeira deu espaço ao corpo moído do rapaz. O rangido não foi nada comparado ao berro de quando a porta foi batida contra a parede. Uma chave atrapalhada foi guiada, selando a pobre tábua em seu lugar.

Mesmo com a luz apagada, aquele quartinho de tantas emoções e madrugadas era até que grande. O esforço para se trocar, escovar os dentes e deixar-se cair sobre a cama era similar, senão maior, às lutas entre Davi e Golias, Goku e Cell, e por que não, os trezentos homens de Leonidas contra o Exército de Xerxes, todas devidamente multiplicadas por fatores de peso, e somadas.

A luta valeu a pena, e a entidade que recebeu ele em seus braços ainda não foi cantada em toda a história das odes. Alguns diriam que Tolkien teria dificuldade em descrever os detalhes daquele abraço, a doçura daquele beijo. A cama, ou "lar", como os mais preguiçosos gostam de chamar, era a morada dos deuses. Se existe um palácio no Olimpo, ele não devia estar longe.

Ali fora, os gatos pulavam muros, as corujas sussurravam. As formigas, indiferentes, trabalhavam. Ali dentro, no escuro, Morpheu havia cumprido seu trabalho. Para o dia que havia sido, nosso Senhor das Areias quase não teve esforço. Estava tudo certo, não havia pálpebra que resistisse.

Duas horas antes, e tudo se explicaria. O que parecia impossível, prestes a ser concretizado. Era isso que ele sonhava, ou era isso que gostaria de sonhar. A cada inspirar, um suspirar.

E como as horas passam rápido!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Memórias da Vida Ideal #4

Aquele dia quente e abafado, pedindo por uma brisa. Era um grito pelo ar-condicionado, que deixava de existir quando o click do botão ressoava nos ouvidos de nosso herói. Ele sentia uma moleza, um cansaço, mas não podia de deixar de agradecer pelo sol ali na janela, aquecendo suas expectativas de férias, moças e cervejas geladas. Mexeu os dedos dos pés e sentiu os grãos de areia saltitando, felizes pela comunhão entre pé e praia.

Ele coçou a cabeça enquanto via outro vídeo naquele site de vídeos, ou outra imagem engraçada naquele site de imagens engraçadas. Teve vontade de estudar, mas respirou fundo e passou. Olhou para o lado e viu um livro com a capa verde e branca. Ele lembrou que gostava de ler e sentiu vontade de abrir na primeira página, logo após lido o título.

A história era sobre esse cara, meio infeliz e essa sociedade meio infeliz, mas onde todos tinham tudo que queriam. Os desafios eram reduzidos à meras formalidades, e as levianidades eram reduzidas a infelicidades ainda maiores, algo como um cansaço evitável.

Ele sentiu vontade de ter um emprego, de viajar, de fugir. Lembrou da sua montaria, lembrou do seu companheiro de madrugadas, Pablo. Lembrou daquela moça, tão linda, que curvas. Como se chamava mesmo?

Respirou fundo e a vontade passou.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Memórias da Vida Ideal #3

Quando menos esperava, a cabeça caía no travesseiro, e que dia! O jovem parou e pensou, tentando lembrar. O dia era longo e começava naquela aula, aquela do professor angelical. Tão angelical e mas ainda menos quando sua nova amiga. Ainda não sabia seu nome, mas conhecia detalhes indescutivelmente relevantes sobre ela. As gotas de sinapses e dendritos ainda caiam de suas sapatilhas quando eles andaram no parque, ou na praça, ou ainda naquele canteiro, ele não se lembrava bem.

Nosso herói forçou a memória para ouvir os belos lábios repetirem o nome, mas nada além da voz de trombeta celestial enchia os seus ouvidos. Ele se sentou na cama, de repente sem vontade de dormir. Como um gato ou quem sabe, um ninja, esgueirou-se pela casa, colocando uma camiseta enquanto saia. Trouxe a sua eterna escudeira e companheira de atraso, Ermengarda.

Era uma noite surpreendentemente clara, mas não havia postes na rua. Eles haviam sido removidos, e quando ele olhou para baixo, não viu nada além do reflexo metálico da Via Láctea em sua montaria. Quem havia tirado os postes da rua? E se houvesse algum buraco no asfalto? Que asfalto? Ele logo notou que pedalava sem rumo, mas sem preocupação, por sobre uma pista de madeira, polida e vinda das árvores que não sentiriam falta de suas entranhas nodosas. O chão era liso e não enfrentava resistência ao caminhar de Ermengarda.

O céu se movia sobre sua cabeça, mostrando as facetas mais longínquas do Universo próximo. Os planetas pareciam tão distantes quanto a mão poderia alcançar. Em algum lugar, as corujas demonstravam seu contentamento com a caça noturna, piando com alegria, mas ainda em tom ameaçador. Algumas voavam por perto, e parecia nítido o que diziam, mas era impossível entender. Eles pararam para observar a paisagem escura, e se sentiram parte daquilo e do nada. Tudo era trevas e tudo era luz. Era a noite, sem postes, sem asfalto, sem rumo ou vento.

O despertador o acordou, e ele foi ao banheiro escovar os dentes.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Os dias

E o sol atrás das montanhas
E a lua por sobre as nuvens
E o relógio mostrando a face
Que olhei quando acordava

As estrelas já piscando
As corujas vão piando
As horas se arrastando
Que fazia tempo não contava

Essa insônia que não tem nome
Esse sonho que se repete
Esse cantar do galo atrasado
Que triste dia começa assim

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A Noite

Toda a noite
Todas as noites
Manhãs e noites
Dias e noites

O cheiro de café
Combina com a noite
Quente e sedutor
Fria e sedutora

Linda e misteriosa
Daqui a pouco, de manhã
Se eu fizer seu café
Posso te chamar de noite?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Queria te dizer que eu sonho

Ei você!
Sim, estou te olhando
Desculpe se fui rude
Ou até indelicado

Mas agora que te chamei
Também queria te dizer
E se não deu pra perceber
Mas em você eu gamei

Sonhei com seus pés no meu colo
Sonhei em perder tardes com você
Sonhei em ver seu sorriso de perto
Sonhei com seu cheiro nas minhas roupas

E a cada dia que sonho
Sonho com você e ninguém mais
Ainda que eu sonhasse sem querer
Nesse sonho, sonharia com você

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Memórias da Vida Ideal #2

Com a nuca já queimada de sol e Ermengarda a corcovear sob ele, o jovem ergueu o sorriso jubiloso à garota, que estava do outro lado da rua. Ela fingiu que não viu e olhou na direção do namorado que segurava a pequena mão entre os dedos de salsicha. Os olhos apaixonados da moça se arregalaram ao ver os neurônios do moço saindo pela orelha e escorrendo pelo pescoço musculoso.

O líquido cinzento começou a sair em jatos, fazendo a namorada se afastar um pouco, enojada. Aparentemente, o musculoso havia tentado falar, respirar e andar ao mesmo tempo. O pobre e atrofiado cérebro se reduziu à matéria constituinte, perdendo forma. Felizmente, o volume no crânio do jovem era pequeno, e os jatos logo acalmaram.

O Cavaleiro de Ermengarda havia parado para assistir a cena dantesca. Um grupo de pessoas próximas começou a pegar poças de dendritos, axônios e sinapses em conchas com as mãos, para então tentar jogar tudo de volta à caixa de armazenamento do musculoso. A namorada se afastava, soluçando com o sonho de um namorado lindo, bombado e popular destruído.

O Cavaleiro encheu o peito, ergueu a voz e chamou pela senhorita. Ela exclamou, aproveitando a oportunidade para fugir do ex-namorado aos pulinhos. A Lua cheia surgiu por entre as montanhas, enquanto agora apaixonado casal se beijava, sob os raios prateados. Eles eram jovens e a Lua estava alegre.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Queen - Under Pressure

Under Pressure by Queen on Grooveshark

Pressure pushing down on me
Pressing down on you no man ask for
Under pressure - that burns a building down
Splits a family in two
Puts people on streets
that's o.k.

It's the terror of knowing
What the world is about
Watching some good friends
Screaming 'Let me out'
Pray tomorrow - gets me higher
Pressure on people - people on streets
O.k.

Chippin' around
Kick my brains around the floor
These are the days it never rains but it pours
People on streets
People on streets

It's the terror of knowing
What this world is about
Watching some good friends
Screaming 'Let me out'

Pray tomorrow - gets me higher high high
Pressure on people - people on streets
Turned away from it all like a blind man
Sat on a fence but it don't work
Keep coming up with love
but it's so slashed and torn
Why - why - why ?
Love love love love love

Insanity laughs under pressure we're cracking
Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance
Why can't we give love give love give love give love
give love give love give love give love give love
'Cause love's such an old fashioned word

And love dares you to care for
The people on the edge of the night
And loves dares you to change our way 
Of caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves

Under pressure
Under pressure
Pressure

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Memórias da Vida Ideal #1

O relógio apitou mais uma vez. Do outro quarto, veio uma batida na parede e um grunhido abafado. A terceira pancada acordou-o. Ele abriu os olhos e resmungou, enquanto a cama chamava-o de volta com sua voz adocidada. Ele se desvencilhou dos braços do lençol e tentou caminhar enquanto cambaleava até a janela. Abriu uma fresta da cortina e sentiu o tímido sol de outubro aquecer seu rosto. Era o primeiro dia do mês.

Ele esticou o braço e desligou o celular. Eram 8:25. A aula estava no auge. Ele foi até o banheiro, escovou os dentes. Colocou um short, uma camiseta e saiu pela porta do quarto. Andou pela garagem e pegou sua querida Ermengarda. Abriu o portão branco e sentou sobre ela. Ela era linda. Negra, suas curvas poderosas seguravam um belo par de rodas aro 17. Era o suficiente para disfarçar a total falta de freio ou as marchas duras. Juntos, eles sonhavam em viajar o mundo. Sair da Patagônia e quem sabe um dia bater a mão na parede da casa do velho Nicolau.

Em questão de minutos, lá estava ele, prendendo Ermengarda num poste sujo qualquer, e dando um tapinha de despedida em seu traseiro. Entrou na sala e viu a bela cena a sua frente. Um ou dois rostos virados para si, mas o mais lindo estava logo ali. Ela olhou para ele, sorrindo. Seu perfume era sentido de longe. Ele acenou para ela e logo se encontraram. Aquela era a carteira mais confortável da sala e estava ali, todinha para ele. 

Sem se ater à timidez, largou a mochila no chão e jogou-se sobre sua amada carteira. A cantoria inabalável da Aula de Alguma Coisa já havia começado. A voz do professor era considerada canto lírico pelos próprios anjos. Era um convite à Morpheu, que já flutuava pela sala, empunhando seu pó mágico. Alguns já caíam sobre o efeito do canto angelical. Ele não demorou muito para repetir o gesto de homenagem de seus colegas àquela bela estrofe.

Seus olhos se abriram com o tumulto de pessoas andando ao seu redor. Ele pegou sua mochila, olhou para o celular e saiu da sala. Ermengarda corcoveava de emoção em ver seu dono. Ela deu adeus ao poste sujo. O rapaz montou sobre sua companheira e sumiram no horizonte vespertino. O dia ainda tinha muito a oferecer, muitos amigos a visitar. O sol aquecia sua nuca e ele era jovem.

domingo, 29 de setembro de 2013

Gabriel O Pensador & Lulu Santos - Astronauta

Astronauta by Lulu Santos on Grooveshark

Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?

Eu vou pro mundo da lua 
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que você faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet

Eu vou pro mundo da lua 
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

É tanto progresso que eu pareço criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta, você volta e me deixa dar uma volta na nave, passa a chave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me desconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero receber nenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar

Eu vou pro mundo da lua 
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção

Eu vou pro mundo da lua 
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas

Se abraçam e beijam no céu

domingo, 22 de setembro de 2013

Áspero

Como o Amor acontece?
Não sei, é estranho
As vezes até parece
Algo que merece ser ganho

Enquanto faço figa
- Olha pra mim, rapaz!
Vou perdendo a rima
Tentando ser sagaz

Enquanto sonho e verso
Sinto o Amor mais perto
Mas se acordo ou proso
O veludo vira pedra

domingo, 1 de setembro de 2013

White Strips - Seven Nation Army

Seven Nation Army by The White Stripes on Grooveshark
I'm gonna fight them off
A seven nation army couldn't hold me back
They're gonna rip it off
Taking their time right behind my back
And I'm talking to myself at night 
Because I can't forget
Back and forth through my mind
Behind a cigarette
And the message coming from my eyes
Says leave it alone

Don't want to hear about it
Every single ones got a story to tell
Everyone knows about it
From the Queen of England to the hounds of hell
And if I catch it coming back my way
I'm gonna serve it to you
And that ain't what you want to hear,
But thats what I'll do
And the feeling coming from my bones
Says find a home

I'm going to Wichita
Far from this opera for evermore
I'm gonna work the straw
Make the sweat drip out of every pore
And I'm bleeding, and I'm bleeding, and I'm bleeding
Right before the lord
All the words are gonna bleed from me and I will think
No more
And the stains coming from my blood 
Tell me go back home

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

domingo, 25 de agosto de 2013

Morte

Falcão Incessante
Câncer indolor
Verme Rastejante
Cinza e morta cor

Rápida e lancinante
Acaba como areia
Ou lenta e torturante
Inescapável teia

Úmida ou quebradiça
Difícil evitá-la
Impossível pará-la

O tempo a atiça
Enterro tosco ou fino
Esse é o seu destino

domingo, 18 de agosto de 2013

As areias do tempo

Punhado de areia
Punhado de tempo
Preciso ligá-los
Preciso prendê-los

Alguns grãos se perdem
Voando entre estrelas
Para não mais voltar
Enquanto penso na tarefa

Finalmente, sei a solução
De areia em vidro
Tem início o tempo
No giro da ampulheta

Soneto da Alma Gêmea

Um dia, ouvi dizer uma lenda
Dizia que ele e ela
Eram um só, compreenda
Alegres em confortável cela

O Deus Mal naquele lugar pousou
Observou aquela eterna felicidade
Com o dedo podre, ele e ela separou
Trazendo o terror para a cidade

Homem e mulher, incompleta alma
Existe o ser perfeito, tenha calma
Olhe ao redor e verá

Em algum canto, você deve achar
Aquele que seu ser irá completar
Pois assim nasceu e assim morrerá

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Autodeclarada bela

Alguém elogiou?
Talvez
Alguém comentou?
Não sei

Mas o que ela fez?
Não foi mal entendida
Ela olhou no espelho
Viu a pintura refletida

domingo, 11 de agosto de 2013

Soneto da aclamada e doce dor

Felicidade, palavra estranha
Não resume o sentimento
Que faz minha paixão tamanha
Que sinto por ti nesse momento

Toda a minha vida
Parece ainda mais curta
Que um segundo sem ti, querida
Instante que o relógio me furta

Pois quanto te tenho comigo
O tempo voa como falcão
Única batida do coração

Mas já percebi o perigo
Não é Cronos quem acelera
Minha alma é que te espera

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Samba

Dança essa dança
Canta esse samba
Dança e encanta
Canta e encanta

Roda essa dança
Morena, canta
Que hoje o samba
Vai rir e cantar
Só pra você encantar

domingo, 28 de julho de 2013

Calma

Não vou me descabelar
Não vou respirar fundo
Não vou conter
O batimento acelerado

Acabou o cabelo
Não tenho mais fôlego
E tudo que eu queria
Era um pouco do seu ar

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lynyrd Skynyrd - Free Bird

Free Bird by Lynyrd Skynyrd on Grooveshark

If I leave here tomorrow
Would you still remember me?
For I must be travelling on, now
Cause there's too many places I've got to see
But, if I stay here with you, girl
Things just couldn't be the same
Cause I'm as free as a bird, now
And this bird you cannot change
And this bird you cannot change
And this bird you cannot change
Lord knows, I can't change

Bye, bye,baby, it's been a sweet love, yeah
Though this feeling I can't change
But, please, don't take it so badly
Cause Lord knows I'm to blame
And if I stayed here with you, girl
Things just couldn't be the same
Cause I'm as free as a bird, now
And this bird you never change
And this bird you cannot change
And this bird you cannot change
Lord knows, I can't change
Lord, help me, I can't change

Lord I can't change

Won't you fly high free bird

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Gary Jules - Mad World

Mad World by Gary Jules on Grooveshark

All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhere
Their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tomorrow, no tomorrow

And I find it kinda funny
I find it kinda sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very mad world mad world

Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday, Happy Birthday
Made to feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me

And I find it kinda funny
I find it kinda sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very mad world ... world
Enlarge your world

Mad world

quinta-feira, 18 de julho de 2013

As pessoas

Dentro da multidão
Às vezes, só sobra você
Presença meio chata
Meio calada, esquisita

E em meio às pessoas
Eu prefiro ficar só
Do que ter a sua companhia
Solidão

terça-feira, 16 de julho de 2013

Young the Giant - Cough Syrup

Cough Syrup by Young the Giant on Grooveshark

Life's too short to even care at all oh
I'm losing my mind losing my mind losing control
These fishes in the sea they're staring at me oh oh
Oh oh oh oh
A wet world aches for a beat of a drum
Oh

If I could find a way to see this straight
I'd run away
To some fortune that I should have found by now
I'm waiting for this cough syrup to come down
Come down

Uhh ch ch ch ch

Life's too short to even care at all oh
I'm coming up now coming up now out of the blue oh
These zombies in the park they're looking for my heart
Oh oh oh oh
A dark world aches for a splash of the sun oh oh


If I could find a way to see this straight
I'd run away
To some fortune that I should have found by now

And so I run up to the things they said could restore me
Restore life the way it should be
I'm waiting for this cough syrup to come down

Life's too short to even care at all oh
I'm losing my mind losing my mind losing control oh oh

If I could find a way to see this straight
I'd run away
To some fortune that I should have found by now

So I run up to the things they said could restore me
Restore life the way it should be
Waiting for this cough syrup to come down

One more spoon of cough syrup now

One more spoon of cough syrup now