quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Crônica de um dia desses

Ô gostosa!
Gritou e assoviou o pedreiro
O poeta que ali passava
Na hora certa olhou
E daquilo graça achava
Enquanto a moça ofendida parou
Virou bem onde estava
A saia curta voou
Com a brisa que ali brisava

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Precipício

Viver
E rir
E chorar
E olhar
E ser olhado
E ganhar
E rimar
E perder
E levantar

E pra que tudo isso
Sem o precipício
Instável 
E inderrubável
Que é gostar de você?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Månen

Minha boa companheira
Quantas noites solitárias
Procurei por um amigo 
E apenas quem encontrei
Foi a Lua sorrateira

Conto os dias do mês
Para vê-la máxima
Brilhando, em esplendor
Vinte e oito sóis
E você, apenas uma vez

Não a alcanço com a mão
Digo, pois já tentei
Esconda-se novamente
Estarei-a esperando
Companheira do coração

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Blues

Entre uma faixa de branco
E outra de negro
Vivo esta vida cinza
Quase sem sossego


E quando bate calmaria
Surge um belo azul
Combinando com a luz do dia


E quando chega a tristeza
Este mesmo azul
Esmorece em tom turquesa

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Correio

O Correio já chegou
E também, cartas do mundo inteiro
Eu adoro quando isso acontece
CORREEEEIOOO!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Lições de uma sexta-feira


Um dia desses
Valentin apareceu nos meus sonhos e disse
Acorda
Pois aquilo que você preza tanto,
já não é mais

Conhecendo seu entusiasmo

Eu falei ao rapaz apaixonado

Pois o destino,
é cada um que faz

Rindo-se de minha confiança

O elegante Valentin retrucou
Pensa
que agindo assim conseguirá,
e o Amor até ti virá atrás?

Com um piscar de olhos

Tentei me desvencilhar do galanteador
Respira
E repara que mesmo em guerra,
seu mundo ainda vive a paz

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Nossos minutos

O que é você?
Fluido para fugir de mim
Sólido para me lembrar
De que estou atrasado

Quanto tempo tenho?

Perto de você
Os minutos passam
Em ritmo acelerado

Só posso te ver à noite?

O amanhã ainda não existe
Mas vejo que insiste
Em me obrigar ao passado

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Poema de amor para ninguém em particular



O ar frio
As estrelas distantes
O ruído do freio de minha bicicleta
Juntos em uma lembrança

Às vezes, a Lua nos olhava
Outras vezes, acho que nem você nos olhava
E quando menos se espera
Confusão e solidão em uma dança

Não há nada como a noite
Repleta de sabores
Do tenro ao amargo
Só me resta a esperança

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Escuridão

Por trás do vidro
Líquido como um rio
Com seu rosto eu me inebrio

Sinto sua presença
Vejo suas fotos belas
As nuvens tampam as estrelas

E é como se a noite
Fria escuridão
Tampasse também meu coração

domingo, 3 de fevereiro de 2013

São Paulo


Quanta gente
Quanta pedra
Quanto calor
O asfalto esfola seus pés
A fumaça rasga seu peito
As balas furam sua pele
E por cada ferida entra um pouco da metrópole