segunda-feira, 3 de maio de 2021

Gris es malo, pero no lo es todo

Ayer intenté salir de mi casa por un rato. De mi ventana solo veo un mar de construcciones, la selva de piedra.

Pero en la calle, hay vida. Las pequeñas plantas luchan para tener centímetros de espacio entre los bloques de hormigón.

Unas personas pisaron las plantas, pero un segundo después estaban en sus puestos, sobreviviendo. Y no solo ellas. Animalitos como insectos y aves también movían el aire y un solo árbol era la casa y toda la vida de millares de otras almas.

La selva es gris aquí en la ciudad. Y gris es malo. Pero gris es solo el color de fondo de la naturaleza colorida.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Ah, cadê nossa folia?

Ah! vem, vem juntinho
Me olha e me ensina
Doce o seu beicinho
Suave da minha menina

Ah! O amor sem igual
Gostamos de amassar
Queremos Carnaval
Levanta, vem dançar!

Ah! O tempo voa
Ontem, Rio de Janeiro
Depois, Brasil por inteiro

Ah! Contigo, a vida é boa!
Se já teve até cruzeiro
Não haverá derradeiro!

segunda-feira, 6 de maio de 2019

A morada da Felicidade

Ninguém sabe onde a Felicidade está
Se não tiver um lugar onde ela mora
Ou então, é mais algo a conquistar
Será que é um lugar do mundo lá fora?

Pois para mim, tem sido mais forte
Encontrei algo dentro de um abraço
Não preciso de bússola, nem de norte
No meu coração está amarrado um laço

Agora aos poucos, penso que até achei
Um lugarzinho para chamar de meu
E não é lugar ou posse, mas conquistei

Pois quando é longe, em cada cidade
É na saudade da morena, no calor teu
Sim, é lá que mora minha Felicidade

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A Sinopse da Minha História

Minha História começa no verão de 1992. Enquanto meu irmão estava na casa dos meus avós, brincando, chorando, correndo e esperneando, meus pais estavam no médico.

Era o segundo aborto espontâneo da minha mãe. Meus pais começavam a pensar se seria de fato uma boa ideia ter um segundo filho. O desejo era enorme e o amor sobrava na família, mesmo com algumas dificuldades financeiras. Meu pai compensou essa parte com muito trabalho e determinação, como bombeiro (até hoje ouço "que legal, seu pai é bombeiro!")

Você já sabe o spoiler: eu vinguei. A terceira tentativa deu certo, e meses depois, eu vinha ao mundo. A família crescia e o carinho pela nova vida transbordava em um pequeno e gorducho Ricardo.

Ao longo da vida, conforme eu tomava consciência de mim e do mundo, percebi que era diferente. Acho que todos percebem, mas no meu caso, era em torno da minha dificuldade de fazer amizades e da facilidade em fazer boas notas.

Construí minha identidade como alguém que não sofreria para conquistar o sucesso, mas teria imensos desafios para construir confiança.

Tudo era muito lógico e racional. Me afastei da religião em uma família muito católica. Fiz primeira comunhão questionando a existência de Deus para a moça que nos fazia decorar orações. Com uns 8 ou 9 anos, lembro de ver imagens das nuvens, por cima, e perguntar "ué, onde está Deus?"

São exemplos bobos de uma criança questionadora, mas esse aspecto cresceu em mim e por algum tempo, a resposta para o que eu queria ser quando crescesse era simplesmente cientista. As notas iam muito bem, e se eu não fosse o melhor aluno da turma, ficava muito incomodado. 

Teve uma vez que tirei nota vermelha, na oitava série, e chorei copiosamente na carteira da sala. Claro que isso não atraía nenhuma menina hahahaha

No ensino médio, pedi para os meus pais me colocarem em uma escola mais desafiadora, o Agostiniano Mendel, em São Paulo. Era muito conhecido na região onde eu morava como um dos melhores, colocando muitos alunos nas melhores universidades do país.

Enquanto isso, as amizades mudavam quase todo ano. Descobri que era fácil fazer amizades, mas quase impossível mantê-las. Hoje tenho 26 anos e nenhuma "amizade de infância", como as pessoas chamam. Da própria faculdade, só tenho uns 4 ou 5 amigos, e do trabalho, nenhum.

Mesmo tendo dado meu primeiro beijo aos 15 anos, consegui manter alguns relacionamentos. Para ser mais exato, estou no terceiro, cada um deles com 2 anos em média. Nada mau hein!

Por tudo isso, vamos juntar as pontas: pessoa estudiosa, levemente mais inteligente que a média (o suficiente para se destacar com boas notas) e com poucas habilidades sociais. 

TLDR: nerd/CDF

É justo, ouvi muito isso na vida. Qual a minha solução? Estudar como ser bom com pessoas. Ler sobre linguagem corporal, psicologia, comportamento. E foi isso que eu fiz.a

E não só li: fui estudar na prática. Na faculdade, caí de cabeça na empresa júnior, onde pude aplicar tanto minha capacidade analítica quanto exercitar o social. Foi tão legal que até fui Presidente da EJ, liderei equipes, treinei pessoas menos experientes.

Melhorei muito as habilidades sociais, fazer amizades ficou bem mais fácil. Manter ainda é o desafio.

Aprendi a ser encantador, mas não no mau sentido. Aprendi a falar em público, já que antes eu só queria ouvir. Fico feliz em admitir para mim mesmo que hoje sou um orador razoável.

Também aprendi a escrever (ou melhor, a me comunicar pela escrita), e alguns dizem que faço isso bem. É a forma de comunicação que eu mais gosto!

Nesse blog aqui você pode encontrar alguns poemas que escrevi, alguns contos curtos e quero praticar isso cada vez mais. Também já produzi outros tipos de conteúdo, mas vamos por partes.

Ah, e meus pais e meu irmão, como será que estão? Ótimos, muito orgulhosos e felizes com as conquistas que tive na vida. Lógico que grande parte de tudo isso teve um apoio praticamente incondicional deles. Eles ainda moram na casa onde nasci e cresci e visito eles a cada 15 dias, em maravilhosos almoços dominicais.

E minha mãe, a próxima conquista que ela quer na vida é ser avó. Tomara que meu irmão esteja trabalhando nesse projeto, porque desse lado aqui ainda vai demorar!

terça-feira, 17 de abril de 2018

A donzela salva o cavaleiro

Ele mordeu seu lanche revirando os olhos, tanto pelo prazer de experimentar aquela obra de arte culinária como pelo desprazer em ouvir a enxurrada de reclamações que atingia seus ouvidos.

Em seu cérebro, era como se uma grande batalha estivesse ocorrendo entre palavras e sabores. Em alguns momentos, as palavras atacavam com força e era impossível não olhar a fonte delas, sentada ao seu lado.

Porém, as dentadas no hambúrguer artesanal coberto de queijo gorgonzola e cebola caramelizada eram como um reforço às linhas de defesa do sabor, que logo se organizavam em uma ofensiva quase letal.

À procura de algo que decidisse a batalha de vez, os olhos dele encontraram os dela. Um novo agente entrou na luta: seu coração bateu mais forte. Eram olhos simples, mas o que importava era o que vinha ao redor dos olhos. Um pequeno sorriso, cabelos penteados de lado, deixando uma cachoeira de cabelos louros e encaracolados caindo pra cá e mostrando a orelha e o pescoço pra lá.

Ela parecia se divertir com a batalha que ocorria dentro dele. Será que era tão óbvio assim?

“Venha comigo, eu te ajudo”, ele a imaginou dizendo. Que aroma teriam aqueles cabelos? Que gosto teriam seus lábios? Quão macia e quente seria a bronzeada pele?

Sensações demais, justamente o que ele precisava para desligar da torrente infindável de sons. A batalha acabou, pelo menos dentro daquela cabecinha imaginativa. Minutos depois, ele nem se lembraria do significado das palavras.

O tempo passou e a refeição terminou. Novos olhares foram trocados e ele sabia que a recíproca era verdadeira. Agora, como agir? O que fazer?

Nada, obviamente. Apenas pensar nos próximos versos a escrever.

Na parede de espelhos que se erguia atrás do balcão, ele viu toda a cena. Viu a si, viu as palavras voando em torno de sua cabeça como abelhas zangadas. E viu também uma donzela poderosa, salvando o cavaleiro indefeso.

A imagem se desfez quando a donzela chegou até ele e disse, “ a conta”. Ele tinha pedido a conta?

“Hm, você não cobrou um chopp”.

“Não está não”, ela respondeu, como se dizendo, “Você me paga depois”.

E na sua imaginação, uma nova onda de palavras atingiu o coração do dragão que ainda insistia em lutar. O cavaleiro tinha encontrado uma arma letal, capaz de atingir o coração de qualquer um.

Houve uma grande festa para comemorar a vitória naquela noite.