quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Cupido, o Voyeur

Levantou-se e olhou para trás
Pensou no que o destino lhe traz
Nem é ouro nem são cristais
Às vezes, parece um torrão


Ela virou-se para o reles mortal
Ele, vendo o ser celestial
Perguntou, em tom informal
"Desistiu de mim então?"


Ela riu, pegando uma peça
Vestiu-a aos poucos, sem pressa
Mas parou, já rindo a beça
"Só estou começando, bobão"


Admito, é um estranho casal
Se conheceram perto do Natal
E até queriam visitar Natal
Mas há um pequeno senão


Espere, devo explicar, no entanto
Os dois corações, com encanto
Quebraram, pelo excesso de pranto
Deixando uns pedaços no chão


"Só começando?", ele perguntou
O Cupido, ao ouvir, se preparou
Puxou a flecha, e mirou
E num tiro só: fez paixão!

sábado, 10 de dezembro de 2016

Porque você vale a pena

Parece que o dia clareou
Mas é apenas a lâmpada acesa
Brilhando, fingindo, enganando

Parece que a chuva parou
Mas é só o vento empurrando
Gotas, lágrimas, cabelos

Parece que a tempestade amansou
Mas é só o olho do furacão
Passageiro, vigilante, efêmero

Parece que o amor chegou
Mas é só um dia de alegria
De fazer o coração palpitar

Fazer a mão tremer e suar
As pupilas irão dilatar
E a esperança, tão sumida, pode voltar

Mas mesmo com chuva e tempestade
Não quero desistir
Eu quero lembrar

Se esse dia clareou
Se é um dia de alegria
Se o coração palpita
É porque você vale a pena